terça-feira, 8 de julho de 2008

Vestida para Casar, de Anne Fletcher.


Vestida para Casar figurava na minha prateleira de filmes que eu jamais alugaria.
(Gênero: filmes de menina)
Mas, no desespero para assistir um filme e fechar uma segunda-feira conturbada e de poucas opções na vídeo-locadora... Vamos lá!
O filme segue religiosamente a cartilha da comédia romântica. Cada coisinha está em seu estratégico lugar.

Todas as cenas estão lá:
"Cena tipo desfile de moda", a "cena das matracas na aula de Ioga", a "cena da aguardada vingança", a "cena da bebedeira que termina em sexo", a indispensável "melhor amiga facinha"... Mas olha só a falha: faltou a cena do "alento através do sorvete".
Ah, não pode, nenhuma comédia romântica é completa sem esse clássico.
Bem, sinceramente não entendia porque, com toda essa cara de bobo, este filme tinha agradado tanto as pessoas nos cinemas.
Pacote de pipoca e sorvetes a postos... Play!
E não é que o filme te prende até as letrinhas subirem?!
Alias, vai a máxima de que, independente do roteiro, se o ator está na situação, vale a pena!
Toda a mesmice do filme é salva pela ótima atriz (e aposta de Hollywood para ocupar o posto deixado pela Julia Roberts neste tipo de filme) Katherine Heigl. Ela da vida a personagem de 30 e poucos anos que sonha com o príncipe encantado e o casamento perfeito.
E é justamente por parecer ridículo é que o filme fica interessante.
A verdade que a atriz passa durante o filme, me remeteu a algumas amigas minhas que ainda sonham com a triunfante entrada na igreja.
Alias, poderia ter uma empresa que vendesse apenas “a” cerimônia de casamento.
Até porque o que mais ouvimos é: “Meu sonho é entrar de branco na igreja”.
O cara ou a mina que quisesse, compraria o pacote e passaria pela experiência do “véu e grinalda” sem necessariamente assinar contratos e ter que passar pelos efeitos colaterais (o relacionamento até que a morte, traição, chatices e frustrações os separem).
Vai que depois eles simpatizam? Ótima maneira para conhecer alguém.
Apesar que, se for de caso pensado, cada pessoa tem o direito de sonhar com o que acha que poderia lhe fazer bem.
Mas me assusto como, muitas vezes, o casamento serve como idealização de fuga da realidade vivida até então. A base não está em dividir e caminhar juntos, mas sim, que o outro possa suprir em nós o que achamos não ter capacidade de alcançar. E isto traz muitas frustrações.
Motivação é tudo!
O bacana é que no filme a personagem cai em si sobre a alienação que está vivendo; Que o amor platônico que sente pelo mocinho é projeção, é não querer olhar para si; Que ninguém precisa ser altruísta para ser aceito.
Estas reflexões, mesmo que abordadas de forma rasa, num filme desses dão um tom de profundidade e te fazem pensar.
É pura sessão da tarde. E qual o problema?!

TRAILER DO FILME

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1 comentários:

Ana Maria Saad disse...

casamento... hj falei tanto sobre isso... vi a realidade de um casal que amo mto,a realidade que a maioria prefere ignorar pq o casamento é a maneira mais "facil" de se alienar, claro arranja-se problemas mais palpáveis para não ter que olhar para si. como já me casei com a vida....

11 de julho de 2008 às 00:08