quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Linha de Passe, de Walter Salles



Eu fiquei fascinado com o retrato tão fiel que o filme Linha de Passe fez sobre a periferia.
Morei durante muitos anos nas proximidades da Cidade Líder, onde o filme rodado. E sempre me  angustia  a maneira estereotipada que a periferia é retratada no cinema.
Claro que morar na periferia é uma realidade dura, um peso a mais nos ombros. É como um sapato velho com buracos que incomoda e não protege os pés como deveria.

sábado, 12 de julho de 2008

Casa Vazia, de Kim Ki-Duk



Eu sou daquele tipo que gosta de ler tudo sobre um filme antes de assisti-lo. Já tinha ouvido falar sobre o cineasta sul-coreano Kim Ki-duk, adorado no circuito de cinema de arte, mas nunca tinha assistido aos filmes dele.
É bom ter amigos inteligentes e cultos.

"É difícil dizer se o mundo em que vivemos é uma realidade ou um sonho."

terça-feira, 8 de julho de 2008

Tomates Verdes Fritos, de Jon Avnet



Desenterrando do baú, eis um dos filmes mais lindos que já assisti!
Tomates Verdes Fritos foi lançado nos cinemas há 17 anos, este filme fala sobre amizade e sobre o quanto um ser humano pode fazer a diferença na vida do outro.

A história narra à vida de Evelyn (Kathy Bates), uma mulher deprimida e carente com a vida que leva e que conhece, por acaso, em um lar para idosos, Ninny (Jéssica Tandy), uma simpática senhora, cheia de histórias para contar. Ninny, envolvente e carismática, conta-lhe sobre a bela amizade ocorrida no início dos anos trinta, no Alabama, entre Idgie (Mary Stuart Masterson) e Ruth (Mary-Louise Parker).

Vestida para Casar, de Anne Fletcher.


Vestida para Casar figurava na minha prateleira de filmes que eu jamais alugaria.
(Gênero: filmes de menina)
Mas, no desespero para assistir um filme e fechar uma segunda-feira conturbada e de poucas opções na vídeo-locadora... Vamos lá!
O filme segue religiosamente a cartilha da comédia romântica. Cada coisinha está em seu estratégico lugar.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Pensamentos Viajados




Não sou o que a vida me deu
Sou o que estou fazendo com o que ganhei
Já tentei encontrar teorias para justificar tudo
Me agarrei a algumas, me afastei de outras
Eu descobri que o problema estava em buscar uma teoria
Coloquei em prática que nada poderia ser diferente
Pois se fosse, não seria eu mesmo.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Onde os Fracos não tem Vez, de Ethan Coen e Joel Coen


Quando era garoto, Joel economizou dinheiro suficiente cortando gramas para assim comprar uma câmera Vivitar Super-8 e junto com seu irmão Ethan refaziam filmes que viam na televisão estrelados pelo vizinho da mesma idade.
Aprenderam cinema praticando e brincando. Fizeram curtas metragem, assistência de direção e de produção em uma pequena produtora, até começarem a estudar na universidade.

Mutum (Brasil, 2007)


Vi este filme durante a Mostra de SP. Eu já deveria ter comentado sobre este belo trabalho de estréia de Sandra Kogut na direção de ficção. Mutum é baseado na obra de Guimarães Rosa, Campo Geral.
Na minha opinião, este filme faz parte de uma nova era no cinema nacional. Uma era onde cineastas estreantes colocam o foco principal na atuação dos atores vivendo a situação que o roteiro sugere. Onde a câmera acompanha seus passos, onde a palavra de ordem é “liberdade”. Uma liberdade que investiga a condição humana. Que busca retratar os sentimentos e sensações, o interno que move o externo.

Meu Nome Não é Johnny


Não consegui assistir a este filme até o final!
Não necessariamente porque ser ruim, mas não é estilo de filme que prende a minha atenção. A linguagem do filme me pareceu muito próxima de uma novela. Não há silêncio, o elenco não parece integrado.O Selton Mello está ótimo, mas daqui a pouco falo dele.
Não condeno a obra. Pelo contrário, indico. Vou revê-lo. É apenas a mim que minha opinião diz respeito.

domingo, 15 de junho de 2008

Pensamentos Viajados



A TERRA

Se o céu se harmoniza com o paraíso
Então voe
Se o destino se harmoniza com o karma
Utilize-se disso
O amor se harmoniza com as virtudes
Então se agarre a Luz
Estou viajando por esta estrada
Rodeada de sinais vertigiosos
Na dúvida sigo meu coração
Vejo seu reflexo nesta estrada
Fazendo seu caminho
Nos encontramos no paralelo
Vejo seu braço estendido
Não é apenas de sombra e água que vivo
Me continue neste abraço
Vamos seguindo o Sol
A mão se harmoniza com o dar
Então faça-o
A vida se harmoniza com o viver
Então deixe seus julgamentos para trás
É como o nosso futuro deve ser
De todas estas estradas encontrei a minha
Enquanto prossigo observo os sinais
Aonde tudo isso vai dar
Acho que vou seguir meu coração
É o melhor lugar para começar

Pensamentos Viajados


O MAR

Eu tive tantas vidas desde que iniciei a minha
Eu percebo que muitas vezes o medo de morrer
Impediu o começo de uma nova linha
Pois de mãos fechadas não há nada a receber
Se alguém falou como deveria ser
De ansiedade eu esqueci
Se alguém indicou como ter
Há certas coisas que não podem ser compradas
Se muitas vezes chorei pelo que recebi
É porque pedi de forma errada
Mergulhar não significa afogar o mundo
Meu mundo é meu único tudo
O meu interno que sempre me interno
Se houver derramamento de lágrimas
É por purificação
Para me deixar lavar e levar o todo
O mundo imundo que não me pertence
Para que eu possa voltar a nadar leve
De volta ao meu oceano
Emergindo lá no fundo

Sex In The City



Ouvi de uma amiga:

"Adorei Sex in the City! Foi como rever amigas que amo muito mas há tempos não nos encontravamos. Me arrepiei durante o filme todo. Foi como tomar chá, ir as compras, fofocar, falar bobeiras, sorrir, chorar, querer saber as novidadas, e principalmente, matar saudades!"

E a versão para os cinemas da série de maior sucesso da HBO cumpre exatamente isso.


segunda-feira, 2 de junho de 2008

Desejo e Reparação, de Joe Wright



Quem nunca cometeu um erro ou uma omissão que o fez carregar uma sensação de culpa por um bom tempo?
Eu geralmente amargo a segunda opção, pois a omissão nos vende a ilusão de que suas conseqüências bastarão apenas a nós. Que a nossa incerteza sobre tomar uma atitude não prejudicará diretamente o próximo.

domingo, 1 de junho de 2008

C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor, de François Boulay



Em tempos de expectativa (chata) sobre o primeiro beijo gay na televisão, este filme prova que a sensibilidade é a melhor forma para retratar o ser humano em seu universo particular, e não o sensacionalismo explícito.
Esta produção canadense que levou dez anos para ficar pronta, teve seu roteiro baseado nos diários do próprio François Boulay, diretor do filme.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Ciclo da Vida




A minha formação religiosa é a evangélica. Mas sempre me interessei por algumas idéias do espiritismo. Acredito que as religiões funcionam como escolas, e dentro delas, há matérias com ensinamentos que pregam sobre as mesmas coisas, mas por pontos de vistas diferentes. A graduação destes ensinamentos é formar seres mais conscientes de luz e amor. A cartilha de tarefas é a nossa própria vida, e é nela que aprenderemos todas as lições que nos elevará e aproximará de Deus.

O Diabo Veste Prada, de David Frankel





O dinheiro tráz felicidade?

Todo ser humano já fez esta pergunta um dia.
Mas porque jogar nestas notinhas a responsabilidade por algo tão precioso?

Alias o que é o dinheiro?

Antigamente existia o escambo (troca de bens ou serviços sem a intermediação do dinheiro).
Em essência, o dinheiro funciona como um recurso de troca. Usado desta forma, não há problema algum. E sim, o dinheiro pode possibilitar bem-estar, suprir necessidades materiais para você e entes queridos. E como na minha opinião felicidade é a sensação de possibilidade, o dinheiro pode sim proporcioná-la.

A grande questão é a maneira e a motivação de quem o utiliza.



“Num tempo em que o dinheiro se torna tão extremamente significativo que parece até ter vida própria, ele se torna vivo e não simbólico, devido à excessiva focalização de atenção. Chega-se, então, a uma distorção extremada na qual a consciência e o desejo das pessoas se tornam manipuláveis por valores relativos à pose de dinheiro, status e poder.”


Robert Happé



Mas ele existe e é inevitável. Então devemos nesta vida aprender a lidar com tudo que é positivo e negativo.

A linha que define o nosso caráter é muito tênue. Às vezes quando eu via uma reportagem sobre a prisão de um traficante de drogas, sempre me vinha à mente os vilões de Hollywood, filmes como “Os Intocáveis”, “O Poderoso Chefão”, “Cassino”. Certo dia um colega me contou que sua irmã tem ficha criminal por tráfico de drogas pelo simples fato de ter pegado carona com um amigo que, sem seu conhecimento, carregava no carro uma quantidade de entorpecentes que caracterizava este tipo de crime para a polícia.

Devemos sempre estar atentos, policiando nossos atos, desejos e motivações (Óbvio, se for do seu interesse ser uma pessoa de boa índole).

Quando falamos em dinheiro, também vem a mente “se vender por”, o que também nos parece distante. Mas e quando nos “damos emprestado”? Isso pode ser bem pior, tendo em vista que aí não há uma postura definida, tudo se torna dúbio, nublado, inclusive dificultando a visão de quem está próximo.

Lembro bem do filme “O Diabo Veste Prada”, que trata exatamente desto. No filme, uma jovem jornalista, que escolheu a profissão por acreditar que através dela contribuiria para melhoraria do mundo, se vê encantada e tentada pelo poder e glamour de trabalhar como assistente de uma famosa consultora de moda. Mas para isto teria que abrir mão dos seus princípios.

Claro que já me perguntei algumas vezes se não teria valido mais a pena ter baixado a cabeça e engolido alguns sapos em prol de estabilidade financeira. E não foram duas ou três vezes que me vi nestas situações de xeque. Mas meu lado emocional nunca deu muita bola às opiniões do racional. Graças a Deus! Pois ao fim destas batalhas sempre me vi integro e limpo, honrado por minhas motivações. E possibilitando, mesmo com eventuais atrasos, meu progresso nesta vida.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Bee Movie, de Steve Hickner e Simon J. Smith



O cinema é feito por mágica, não por fórmulas!
E você já deve ter ouvido várias vezes do seu esteticista:
“Não existe fórmulas mágicas!”.

O que diferencia que um filme seja bom ou ruim?

Ao contrário do que se prega e se vende no cinema, tudo é muito mais simples!
Um filme é bom quando ele simplesmente cumpre o desejo do espectador.
Se eu quero impressionar a minha namorada, espero que os R$ 5,00 que investi na locação daquele romance água-com-açúcar valha à pena.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Margot e o Casamento, de Noah Baumbach




Eu tenho que admitir: Eu estou evoluindo!
Vejo a minha trajetória nesta vida como um constante desdobramento. E sempre me surpreendo com o que vem a seguir. Hoje estou aprendendo a pisar firmemente com os dois pés no presente. E fazer isto é imprescindível para que a vida aconteça. Eu sinto que estou numa grande escadaria, e ela está em constante formação. É preciso tirar o pé do passado e confiar na base que é o presente. Somente assim, livre, é que o degrau anterior se transformará no degrau seguinte. Durante muito tempo eu ficava pisando no presente, mas sempre com um pé atrás, firme no passado. Equilibrando-me numa posição que não me levaria a lugar algum.

Louca Obsessão, de Rob Reiner



Este pequeno filme de 1991, baseado num conto do Stephen King me chamou atenção na época pela excelente atuação da atriz Kathy Bates. Dia desses o revi na tevê e pude constatar quão o tema deste filme é atual e interessante.
O filme conta a historia de uma mulher solitária e amargurada que adora ler uma série de contos chamada “Misery”. Ela projeta na personagem do livro tudo o que deseja ser. Enquanto aguarda ansiosa a próxima publicação, ela fica vivenciando em seus pensamentos as emoções a trajetória daquela personagem forte e determinada a vencer na vida.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

A Casa de Alice - O elenco


Não há como falar sobre este filme sem citar o seu maior pilar: Os atores!
É muito bom ver atores entregues, dispostos a viver a possibilidade que o roteiro sugere. Um belo trabalho de todo o elenco. Neste caso, conduzidos pela preparação da Fátima Toledo.

A Casa de Alice, de Chico Teixeira


Eis o meu filme perfeito!
Fiquei tocado por este belo trabalho do Chico Teixeira.
Há muito tempo eu não via sensibilidade tão bem filmada no cinema.
Há tempos não via um diretor que abre mão de qualquer vaidade para simplesmente registrar o cotidiano. Sem medo. Sem qualquer imposição ou julgamento.
Está tudo lá... Ou nada!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

O Céu de Suely, de Karim Aïnouz


Vou confessar uma coisa: Tenho muito “bode” de conversas “intelectualóides” sobre cinema!
Lembro da pré estréia do filme “O Céu de Suely”. Ao final da sessão, durante um bate-papo entre o diretor, preparador de elenco, elenco e platéia, a equipe do filme foi bombardeada por uma sucessão de “... Sou formado nisso, estudo aquilo, e a partir da minha inteligência vi que o filme tem referências ao cinema do século X e Y!”. Geralmente os "intelectualóides" estão mais preocupados em se exibir do que realmente olhar para o filme em questão.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Ator: Sujeito que comete uma ação!


Em dezembro do ano passado, participei de um projeto bem bacana que atualmente está em fase de pós produção. Um curta-metragem, onde o roteiro (a meu ver!) fala sobre insegurança.

Desde sempre, as pessoas (graças a Deus, apenas a maioria) não medem conseqüência e cometem pequenos atos (ok, muitas vezes impensados) que machucam demais o outro. Seja um comentário, uma brincadeira, um gesto. Na maioria das vezes estamos apenas extravasando energia, negativa ou não. E a pessoa, coitada, só foi o catalisador.

O argumento do filme fala sobre um grupo de amigos que se reúne para um churrasco de domingo, e a partir de uma brincadeira do dono da casa, terminam expondo e humilhando uma das pessoas presente.
Este filme me fez refletir sobre quantas vezes as minhas inseguranças colidiram com as frustrações do outro. Quantas vezes eu machuquei alguém, pelo simples fato de não olhar e trabalhar o que realmente me incomodava.
Nós nunca sabemos o que trouxe alguém até aqui. Por isso tenho bastante cuidado em julgar alguém, mesmo isto sendo quase inevitável enquanto ser humano. Nem pense que eu sou o “senhor correto”, mas como já sofri muito com esse tipo de comportamento, procuro não fazer com o outro o que... Ah você já sabe!
A ideia deste projeto vai de encontro com a minha vontade de fazer cinema. Desde criança sempre quis ser ator. Acredito que um filme pode ser um grande amigo, um confidente. E amigos são para entreter e divertir, mas também nos ajuda lidarmos com a vida apontando possibilidades.
Vejo o oficio de ator como uma “troca”:
Me coloco dentro de uma possibilidade, mostrando a quem interessar, uma possibilidade.
Seja como ator ou espectador, um filme funciona para mim como uma grande troca de ponto de vista. Nele, eu tenho a oportunidade de olhar para uma situação, um personagem e sua historia, e a partir daí, refletir como eu poderia melhorar ou não como ser humano.

Pode parecer ingênuo, se parecer, melhor!

O mundo está precisando de boas vontades que não camuflam malicias.

... Gravando!


A idéia inicial deste Blog é dividir, comigo mesmo, meus pensamentos sobre como o cinema é reflexo do nosso cotidiano.

Gosto muito de trocar ideias sobre os mais diferentes assuntos, mas adoro falar sobre a vida e sobre cinema.

Sozinho, faço altos mergulhos nos meus pensamentos, e escrevendo, sempre encontro respostas, para perguntas que muitas vezes jogo aleatoriamente ao vento. Registrar e reler estes mergulhos, me trazem reflexão sobre a vida. As vezes vou tão fundo que tenho medo de me afogar na imensidão azul desse mar interno. Mesmo que muitas vezes seja doloroso, e mesmo sendo quase impossivel não emergir com alguma seqüela, vale a pena. Ao final, as cicatrizes são sinais de aprendizagem.

Nossa, lembrei agora do Ramón, personagem do Javier Bardem no filme "Mar Adentro". Seu mergulho literal o fez desejar a morte por conta de uma seqüela fisica.

Este filme me fez questionar sobre o quanto, me colocando naquela situação extrema que é a do filme, eu sabotaria o desejo de alguém que amo em querer morrer.

Um dia escrevi que, num mundo com tanta maldade, eu gostaria de construir um abrigo para proteger e cuidar de tudo o que amo. Mas logo me lembrei que nem tudo o que eu amo me pertence. E amar algo ou alguem não justifica se apoderar e rouba-lo.

Tentar equilibrar estes sentimentos, é caminhar com menos egoismo e mais compreensão. Apesar de toda demonstração de afeto em nossa sociedade ter como simbolo uma corrente ou aliança para "laçar" quem se ama, o amor caminha de mãos dadas com a liberdade. E respeitar o livre arbítrio do proximo é uma bela demonstração de amor.