quarta-feira, 16 de abril de 2008
O Céu de Suely, de Karim Aïnouz
Vou confessar uma coisa: Tenho muito “bode” de conversas “intelectualóides” sobre cinema!
Lembro da pré estréia do filme “O Céu de Suely”. Ao final da sessão, durante um bate-papo entre o diretor, preparador de elenco, elenco e platéia, a equipe do filme foi bombardeada por uma sucessão de “... Sou formado nisso, estudo aquilo, e a partir da minha inteligência vi que o filme tem referências ao cinema do século X e Y!”. Geralmente os "intelectualóides" estão mais preocupados em se exibir do que realmente olhar para o filme em questão.
Em meio a uma sucessão de perguntas exibicionistas, sentadinho na poltrona, eu ainda estava mergulhado naquele universo outrora tão meu, enxugando as lagrimas.
Lembro da pré estréia do filme “O Céu de Suely”. Ao final da sessão, durante um bate-papo entre o diretor, preparador de elenco, elenco e platéia, a equipe do filme foi bombardeada por uma sucessão de “... Sou formado nisso, estudo aquilo, e a partir da minha inteligência vi que o filme tem referências ao cinema do século X e Y!”. Geralmente os "intelectualóides" estão mais preocupados em se exibir do que realmente olhar para o filme em questão.
Em meio a uma sucessão de perguntas exibicionistas, sentadinho na poltrona, eu ainda estava mergulhado naquele universo outrora tão meu, enxugando as lagrimas.
Talvez os "intelectualóides" não enxergaram o valor da simplicidade deste, e de muitos outros belos filmes nacionais, porque podem ter dificuldades de enxergar a beleza da própria vida.
Ontem meu amigo leu para mim um trecho de um livro do Roberto Shinyashiki que fala sobre um sujeito que não presta atenção às pequenas coisas, e só se dá conta do quanto poderia ter sido feliz se tivesse enxergado que a felicidade pode está nos pequenos gestos que não praticamos no nosso cotidiano, quando está à beira da morte. E cotidiano é exatamente sobre o que o filme “O Céu de Suely” fala.
Acredito que se um diretor tiver a sensibilidade de olhar ao redor, enxergar a vida e usar este olhar para a concepção do seu filme, ele terá um material muito rico e cheio de possibilidades. E este olhar será o mesmo adotado por toda a equipe de seu filme, desde o ator até o contra-regra. E foi exatamente isto que vi no filme do Karim Aïnouz.
O filme me levou de volta a minha infância; Me remeteu as impossibilidades que a própria geografia nordestina impõe ao seu povo; A falta de oportunidades; O sonho de novas possibilidades em outras terras; A ignorância árida e invisível. Está tudo lá, sensivelmente filmado. Ao final, fiquei bem orgulhoso por este belo filme brasileiro.
Ontem meu amigo leu para mim um trecho de um livro do Roberto Shinyashiki que fala sobre um sujeito que não presta atenção às pequenas coisas, e só se dá conta do quanto poderia ter sido feliz se tivesse enxergado que a felicidade pode está nos pequenos gestos que não praticamos no nosso cotidiano, quando está à beira da morte. E cotidiano é exatamente sobre o que o filme “O Céu de Suely” fala.
Acredito que se um diretor tiver a sensibilidade de olhar ao redor, enxergar a vida e usar este olhar para a concepção do seu filme, ele terá um material muito rico e cheio de possibilidades. E este olhar será o mesmo adotado por toda a equipe de seu filme, desde o ator até o contra-regra. E foi exatamente isto que vi no filme do Karim Aïnouz.
O filme me levou de volta a minha infância; Me remeteu as impossibilidades que a própria geografia nordestina impõe ao seu povo; A falta de oportunidades; O sonho de novas possibilidades em outras terras; A ignorância árida e invisível. Está tudo lá, sensivelmente filmado. Ao final, fiquei bem orgulhoso por este belo filme brasileiro.
Este post, não é uma critica negativa aos criticos de cinema, mas um "toque" a mim mesmo sobre continuar buscando a simplicidade das coisas, porque sempre haverá aprendizado nelas.
Talvez, um dos grandes segredos da vida, seja olhar e encontrar significado nas pequenas coisas. Isto diminue a ansiedade, vaidade, competitividade e a ilusão do fracasso. Parece simples, mas temos muita dificuldade em enxergar isto. Não precisamos ir tão longe, muito pelo contrário, o movimento é olhar para dentro e a partir disto fazer tudo funcionar como um ciclo.
Talvez, um dos grandes segredos da vida, seja olhar e encontrar significado nas pequenas coisas. Isto diminue a ansiedade, vaidade, competitividade e a ilusão do fracasso. Parece simples, mas temos muita dificuldade em enxergar isto. Não precisamos ir tão longe, muito pelo contrário, o movimento é olhar para dentro e a partir disto fazer tudo funcionar como um ciclo.
Ainda sobre o filme, acredito que a geografia do nordeste deve dar ao ator um material muito rico para a interpretação. Talvez seja um dos únicos fatores externos que impõe diretamente o ator a viver a situação.
4 comentários:
simples assim... como respirar, como sentir um toque, como andar... assim é que escreves.. mas assim como todas essas tarefas que aos olhos de alguns sao banais, e deixam de pensar que dependemos disso pra viver, sua simplicidade ao retratar esse profundo oceano que é o universo interior traz uma riqueza absurda! para ser poeta nao precisa de formaçao universitaria nem uma instante repleta de livros. ser poeta é sentir, e aqui vejo um grande sentidor!
16 de abril de 2008 às 18:14Vejo o nascer de um pensador.
16 de abril de 2008 às 21:13Vejo um pessoa que atua a vida.
Vejo um crítico, um autocrítico.
Sensivel e verdadeiro.
Honesto e crescente.
Marta
simples assim como a amizade que se instalou... e ainda bem que assim como hermila vc tb veio pra sp! viva o cinema!
17 de abril de 2008 às 21:29bjoka
..e viva a arte de sentir-se vivo!!
27 de abril de 2008 às 14:16parabens pelo blog, esta lindo!
sorte ae!!
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