sexta-feira, 23 de julho de 2010
Nicola Formichetti
O título da minha postagem de hoje pode não lhe parecer familiar, mas é sobre alguém que tenho enorme admiração.Apesar de não ser muito ligado em moda, de um tempo pra cá, alguns editoriais chamaram a minha atenção por apresentar em fotos ou videos um tipo de beleza diferente. Tudo bem estranho, bem freak, mas sempre de encher os olhos por sua singularidade. Com o passar do tempo fui observando que um nome estava sempre presente como criador destes editoriais: Nicola Formichetti.
Filho de mãe japonesa e pai italiano, Nicola sempre se interessou pelo que socialmente as pessoas acham diferente. Tendo como fontes de inspiração os estilistas Vivienne Westwood e Alexander McQueen, ele se alternava entre seus estudos de moda e (literalmente) perseguir as pessoas que admirava. Sua obsessão era tanta que ele conseguiu uma vaga para trabalhar na loja de Vivienne Westwood, mas logo foi demitido por justa causa por ter roubado itens da loja. Não satisfeito, ele foi assistir a um desfile produzido por Alexander McQueen (alguém que com certeza vou falar já já em algum post) e ficou louco por tudo que viu. Nicola descobriu o endereço do ateliê e começou a bisbilhotar pela janela enquanto Alexander McQuenn trabalhava. Sua vontade de aprender era tanta que ele chegou a revirar o lixo do ateliê a fim de saber o que era jogado fora.
Nicola sempre criou suas oportunidades e começou a usar internet (blog, site, myspace e facebook) para divulgar e conseguir trabalhos. Foi assim que ele conseguiu um editorial na Dazed & Confused (revista especializada em moda) e as coisas começaram a acontecer.
Nicola é o que considero "Freak", alguém que não se encaixa nos padrões estabelecidos mas que a "trancos e carrancos" não desiste de conquistar seu espaço, seja pessoal ou profissional.
Atualmente ele está balançando o mundo da moda por conseguir apresentar o que realmente é belo sem ter que recorrer aos corpos esculturais que por tanto tempo forçaram a ditadura da beleza. Basta uma olhada rápida em seus trabalhos para encontrar todo o tipo de modelos, seja magros, gordos, altos, baixos, negros, brancos... Todos com suas belezas únicas. O trabalho dele, stylist, consiste em entender as necessidades da marca, pessoa ou imagem que irá trabalhar e a partir disso colocar seu olhar sobre aquilo. Dizem que ele é uma das pessoas mais acessíveis e fáceis de trabalhar.
Seu caminho foi cruzado por uma outra Freak chamada Stefani Joanne Angelina Germanotta. Já ouviu falar dela? Juntos eles deram as mãos e criaram um dos nomes mais conhecidos do mundo pop atual: Lady Gaga.
Resolvi falar do Nicola e de alguns outros nomes que em breve entrarão aqui neste espaço porque sinto a necessidade de aprender e trocar sobre singularidade.Ultimamente venho sendo confrontado por mim mesmo e por algumas pessoas próximas o porque comecei a me chamar de "Freak".
Tantas vezes fugi de mim mesmo sem nem ao menos dar uma chance de me conhecer. Porque? Como podemos exigir que o mundo nos aceite se nem ao menos nós nos aceitamos? E porque esta educação de que temos que ser aceitos?
Se nos conscientizarmos de que a única aceitação necessária é a nossa própria, a vida ficará bem menos cansativa e tudo muito mais prazeroso. Simplesmente cansei de ficar correndo atrás de algo que eu não era, tentando fugir do que eu realmente sou.
De uns tempos para cá comecei uma nova resolução: O autoconhecimento.
Se aceitar não tem nada a ver com ceder, muito pelo contrário, aceitar o que você de fato é representa uma evolução. Já reparou que todas as pessoas que admiramos são de alguma maneira "únicas". A boa noticia é que você e eu também somos tão "únicos" quanto elas. E ser único é um luxo! Nosso valor é incalculável pelo simples fato que não existe ninguém neste planeta tão único quanto eu ou você.
Otimista este meu post de hoje né?!
Quando falei disciplina, é porque li bem o significado desta palavra. Mudar a mentalidade de "porque não sou igual a todo mundo" por "sou especial porque ninguém é igual a mim" não é nem de longe tarefa fácil. Nesta minha jornada pelo autoconhecimento houveram momentos que foi necessário uma certa força pra conseguir enxergar o meu próprio reflexo no espelho. Parece loucura (e era!), mais várias vezes vesti uma calça e tive que me forçar para enxergar de fato o meu corpo nela e não o corpo que eu idealiza ter. E essa força foi necessária para vários outros aspectos da minha vida. Mas estou bem feliz com este Geison que estou conhecendo a cada dia. E esta jornada é infinita. Todos os dias me divirto com algo novo que encontro em mim.
Se ser Freak significa ter conciênciade que não estamos aqui a toa. cá estou eu: Freak, freak, freak!